domingo, 7 de dezembro de 2014

Domingo

Como vocês puderam me deixar aqui sozinha pendurada no alto com essa corda tão frágil? Vocês estavam lá ouvindo eu implorando pra não ser deixada pra trás, no escuro, sozinha, e simplesmente deram as costas e caminharam pra fora.

Jogada num canto toda detonada e com tanto medo, eu fiz o que era necessário para sobreviver.

Era tão claro pra mim que achei que não precisava pedir pra vocês não me destruírem. Eu estou lutando a tanto tempo, e sabe, realmente eu estou tentando, mas há um guerra na minha mente.

O problema não é existir um inferno, o problema é você pertencer ao inferno.

Quando você pertence ao inferno, não importa aonde você vá, ele sempre estará lá. Não importa o que você faça, você mudará somente o cenário, mas não a merda da situação.

Toda essa deslealdade somada ao tedioso domingo torna tudo isso
uma ultrasacanagem!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Impulso

Impulso por Verônica:

im-pul-so
Substantivo Masculino
- Força que provoca movimento de um corpo. (voluntária ou INVOLUNTARIAMENTE);
- Oscilações altíssimas, muitas vezes sem aparente razão ou fundamento;
- Força que IMPELE á pratica de um ato;


- NECESSIDADE IMPETUOSA, que leva á práticas de atos impensados, descontrolados e irrefletidos resultantes de estímulos e incitamentos INCONTROLÁVEIS.

Bem acredito eu que estas descrições dão uma visão geral e razoável do que significa o impulso e conseqüentemente dá uma visão de pessoas, que assim como eu, são impulsivas no mais pleno sentido da palavra.E sim, o verbo está correto "são", a impulsividade no pleno sentido da palavra não se possui, se é!

Eu não sou simplesmente a pessoa com dificuldade de auto-controle, eu sou aquela pessoa que não tem uma parte importante do "raciocínio" funcionando a pleno vapor. Não me entendam mal, minha capacidade de aprendizado e desenvolvimento é até acima da média - (+ de 20% acima) disse um destes testes de Q.I que a gente faz na faculdade - meu raciocínio é falho no que os médicos chamam de "filtro" entre o que se pensa e se sente, e ao que se fala e se faz.

Deixa eu ser mais clara. Uma das funções do nosso raciocínio é filtrar as coisas que pensamos antes de falarmos e filtrar nossos desejos e vontades antes do ato, seja ele qual for. Meu raciocínio "não funciona" nestes aspectos. Eu falo e ajo na velocidade da luz das minhas emoções e pensamentos.

Logicamente que não preciso dizer que este comportamento traz muitos prejuízos pra mim mesma e obviamente aos em minha volta, fora as situações inusitadas e constrangedoras que você cria no meio do percusso - como assediar um amigo afim de suprir ao menos o mínimo possível de alguma necessidade latente do momento - .

O que eu acho mais engraçado é que analisando a frio modo é muito simples resolver esta questão: Meu Deus é só você parar para pensar! Pare para pensar antes de falar, pare para pensar antes de agir, pare para pensar antes de comer, pare para pensar antes de beber, pare de pensar antes de gastar.

Só que não! Meus pensamentos viajam 5x mais rápido que a velocidade da luz, o que faz com que aquele ditado popular sirva pra mim, porém ao contrário: "Faz primeiro, pensa depois".

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Sozinha na Noite

Sabe quando você esta triste, tristinha? Igual quando você era pequena e dormia sozinha de luz apagada no seu quarto tendo que enfrentar os pesadelos que te acordavam no meio da noite, e que faziam você sentir coisas aterrorizantes? Provavelmente você se agarrava com todas as forças que suas pequenas mãozinhas poderiam ter, até porque, era tudo o que você tinha no momento. Na verdade, você está mais triste do que com medo, porque sabe que alguém - deliberadamente - lhe deixou ali, sob aquela condição. E não há o que fazer, então só te resta chorar baixinho no escuro, até pegar no sono e quando acordar sentir uma sensação de que você não merecia ter passado por aquilo, mas que esse detalhe não importa na verdade, porque o fato é que você irá vivenciar isso a toda e cada noite...

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Paraíso Perdido com Pesadelos Acordados

1º Ato:
O exército daqueles que amo me cercam, e eu os cerco. Eles não me deixarão em paz até que eu vá com eles, até que eu os responda. Até que eu descarregue-os com a carga da alma.

2º Ato:
Feminilidade, e tudo que compõe uma mulher. O útero, os seios, mamilos, leite materno, choro, risada, pranto, visões amorosas, perturbações amorosas e ascendência. A voz, articulação, linguagem, sussurro, grito alto. Comida, bebida, pulso, digestão, suor, dormir. Andar, nadar, controle nos quadris, saltos, bamboleio, abranger, curvar os braços e apertar. As mudanças contínuas no franzir da boca e ao redor dos olhos. A pele, marcas de sol, sardas, cabelo. A simpática curiosidade que ela sente com a mão na carne nua do corpo, o ciclo da respiração, inspira e expira. A beleza da cintura, daí o quadril, e daí para baixo em direção aos joelhos. Os ossos e a medula nos ossos. Essas não são somente partes de um poema e um corpo, mas da alma.

3º Ato:
As melhores mentes das últimas gerações foram destruídas pela loucura. Ficaram famintos, histéricos e nus arrastando-se em ruas escuras na madrugada em busca de uma dose violenta. Cansados de serem santinhos descolados, ardendo por um contato celestial, fumando na escuridão sobrenatural; usando farrapos e com olhos fundos. Flutuando nos topos das cidades apreciadoras de jazz. Aqueles que mostraram seus cérebros para o paraíso e viram anjos iluminados cambaleando no telhado de cortiços, eles que passaram por universidades com olhos radiantes. Aqueles que se encolhiam em quartos usando roupas íntimas ouvindo o terror através das paredes. Aqueles que foram pegos bebendo no beco do paraíso; ou contorcendo seu torso noite após noite com sonhos, com drogas, com pesadelos acordados. E então, de ser criada á sua imagem e semelhança á ser banida por querer ser muito como Ele, nós fomos expulsos do Jardim do Éden e fizemos um Jardim do Mal. As cidades de deuses e monstros, o mundo do meio - onde somente as escolhas feitas de seu livre arbítrio irão decidir se você escolherá o caminho correto - é chamado por alguns poetas de "Entrada para o mundo interior", mas em algumas noites de verão, parecia um Paraíso. Um Paraíso perdido.

- Citação do Poema citado do curta-metragem "Trópico"

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Comida e Outras Drogas...

As vezes várias partes de mim querem me direcionar - ao mesmo tempo - a caminhos tão distintos e contraditórios, que mesmo que eu quisesse, não conseguiria atender a todos.

Essas partes, essas vozes, acreditam em coisas distintas, mas todas elas me cobram e me questionam as mesmas coisas... As vezes você se submete a aceitar alguns tratamentos inadequados de amigos... de parceiros... de colegas... Até quase o insuportável e o ultrapasse do insuportável... Sei que as pessoas no geral não entendem, elas realmente não entendem que mesmo você repudiando tudo isso, nada, NADA, é pior do estar sozinha.

É complicado quando uma pessoa chega no nível de falar consigo mesma, por meio de um blog... por meio de um gravador no celular, e usar isso de alguma forma pra não se sentir tão sozinha. É patético na verdade.

É tedioso - com um T bem grande pra você - sentir as mesmas coisas sempre e nunca saber lidar com elas. É como se você fosse um anjo residindo num mundo de demônios, e somente eles, possuem o antídoto que você precisa. E você está destruída e com medo, e acaba fazendo o que é preciso fazer pra sobreviver.

Algumas pessoas recorrem as drogas - incluindo o álcool e as comilanças- como uma forma de antídoto, como uma forma de aliviar a dor inexpressível do nada... do vazio. Estas práticas não são saudáveis, e longe de mim incentivar alguém a recorrer a qualquer tipo de vício para tentar preencher um vazio  - que sabemos que é impreenchível -, mas  até que ponto podemos condenar alguém por tentar anestesiar o insuportável?

sábado, 12 de julho de 2014

Autocomiseração

As pessoas em geral me encaram como alguém fraca, que sofre intensamente de autocomiseração, ou seja, alguém com muita dó de si mesma.

A questão é que as pessoas não fazem ideia das   dificuldades que já passei, o que já enfrentei e o que tive que fazer para conseguir estar aqui. Para conseguir ao menos respirar a todo e cada amanhecer.

Já comecei vários dos meus dias com o olhar miserável, com o sentimento desesperador de perda com trilhões de dúvidas, e somente uma certeza, a de estar só. Estar só num mundo aonde ao menos 8 milhões das pessoas, (1% da população mundial), poderia e oferece o maior amor do mundo. Aonde o maior Ser do universo me oferece seu amor e cuidado, mas que eu não consigo, não consigo, me aproximar e merecer este amor.

Passar por épocas que você simplesmente não sabe se conseguirá sobreviver a mais uma noite, e nestas épocas, esta sensação vem todo santo dia.

As pessoas no geral não se preocupam com quem você é, elas estão muitos mais interessadas no que você faz ou fala, porque desta forma elas podem te criticar e julgar sem dor de consciência. Elas podem projetar tudo o que elas receiam e repudiam em si mesmas em você, para conseguir ter - ao menos - uma falsa sensação de paz.

Eu sou intensa, eu choro, eu falo, eu questiono. Eu odeio, eu amo, eu xingo, e eu defendo.Tenho muita dificuldade de esconder minhas emoções, e por consequência não refreio muito minhas palavras e minhas ações (o que é sem dúvida um grande problema). Sou excêntrica, falante e sofro agressões psicológicas por conta de todo este conjunto de atribuições que eu possuo.

Se isso é sinal de fraqueza ou de autocomiseração eu realmente não sei. E não sei mesmo, porque para ser sincera a primeira pessoa que me julga - num grau altamente pesado - como fraca e com autocomiseração, sou eu mesma! E sinto vergonha de ser assim. Sinto vergonha de ser fraca e de me questionar o porquê as coisas pra mim tem que ser mais difícil, mais sem controle, mais sem perspectiva. Devaneio sobre isso e começo a sentir uma raiva incontida do mundo, da minha vida... Mas uma coisa eu sei, sentir pena de si mesmo é muito feio! Muito feio.

Então me obrigo - mesmo com dor, medo e inseguranças - a entrar na minha floresta escura e cheia de mistérios. E a atravesso, todos os dias.

Atravesso sem saber o que poderei encontrar no meio do caminho, sem saber com que animal selvagem poderei me deparar e se conseguirei me defender dele mais uma vez. Sem saber se conseguirei chegar em algum ponto conhecido ou se me perderei em meios aos seus caminhos tortuosos e parecidos e totalmente diferentes a cada dia.

A questão é se você caro leitor - que talvez tenha um grau aceitável de normalidade, talvez tenha família, amigos e relacionamentos "estáveis" com as pessoas em geral, que talvez não tem a mínima ideia do que lutar pela sanidade - é capaz de sobreviver ou ao menos percorrer um trajeto completo durante um dia dentro da minha floresta?

O que você acha? Conseguiria lidar com o leão enfurecido? Conseguiria lidar com as cascavéis destilando litros de veneno? Conseguiria lidar com o urso faminto? Conseguiria lidar com as armadilhas altamente engenhosas e atraentes?

Sinceramente, você acha que sobreviveria?

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Discriminação

Discriminar significa basicamente fazer distinção. A discriminação sempre acontece quando há uma atitude adversa perante uma característica específica e diferente.

Ou seja, se você não se "enquadrar" em um perfil - seja de raça, gênero, regionalidade, nacionalidade, religião, situação social - que uma maioria de indivíduos num grupo, você é discriminado.

Na minha opinião todas as formas de discriminação são humilhantes e causam além de muita dor, vários prejuízos sérios aos envolvidos.

Eu sofro discriminação a minha vida inteira e posso afirmar que isso é algo que você não supera, é algo que com muito esforço você "aprende" a suportar. Aprende entre aspas mesmo, porque terá dias e épocas que os sentimentos tragos pela discriminação - vergonha, medo, humilhação, solidão, exclusão, entre outros - são bem mais fortes e intensos do que sua força de vontade (e põe força nisso) de mostrar ao menos externamente que você está bem.

Voltei a me maquiar como uma tentativa de me sentir um pouco melhor com minha aparência que me aterroriza e como um incentivo a mais para refrear minhas lágrimas, nessa época aonde - ao meus olhos - a discriminação está vindo intensamente de todas as direções.

Eu sou discriminada por ser diferente da maioria, por a serotonina e a dopamina não conseguirem fazer muito pelo meu cérebro. Pela endorfina me poupar das dores físicas causadas por elementos externos, porque meu corpo já sofre demais com os malefícios da minha mente e da minha personalidade.

O pior da discriminação, é que você não tem um lugar seguro para se proteger. A maior parte do tempo, você está no ambiente da discriminação e quando não, você está sozinho, sofrendo e desejando ardentemente ser qualquer pessoa que não seja você.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Empatia

Bob Hoffman descreveu a empatia como sendo a resposta afetiva apropriada à situação de outra pessoa.

Já a psicologia vai um pouco mais além e entende a Empatia como uma forma de inteligência emocional que pode ser dividida em dois tipos: a cognitiva -relacionada à capacidade de compreender a perspectiva psicológica das outras pessoas; e a afetiva - relacionada à habilidade de experimentar reações emocionais por meio da observação da experiência alheia.

Ou seja,  falando de forma direta e objetiva a empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro. De entender o outro, de racionalizar como agiríamos se estivéssemos no lugar da pessoa, levando em conta todo o universo de coisas que giram em torno da situação e emoções DELA. Desta forma conseguimos ter uma atitude altruísta e de compaixão. 

Eu acredito na empatia e no altruísmo, até porque, a bíblia destaca estas qualidades e incentiva os cristãos a cultivá-las. Mas, eu me pergunto como uma pessoa pode genuinamente se colocar no lugar de outra? Como alguém pode se colocar genuinamente no meu lugar?

A questão é que todos nós sofremos com as influências da nossa infância, e é por isso que ninguém conhece, e nem pode realmente entender completamente outra pessoa.

Quer dizer, como podemos conhecer a dor de infância de outra pessoa? Como podemos nos colocar no lugar dela? Realmente tentar sentir suas dores e tentar entender suas ações, se jamais saberemos tudo o que ela carrega consigo?

Acredito que meditar nestas respostas seja o primeiro passo para se cultivar a empatia. Aceitar que não temos o direito, e muito menos a capacidade de julgar qualquer um que seja por qualquer motivo que seja.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Partes de Mim

É muito complicado - especialmente pra mim - falar sobre minha personalidade, me definir...  Até porque, eu sou uma mistura de alguma coisa com coisa nenhuma.

Algumas pessoas - a maioria - que acompanham meu blog, não me conhecem pessoalmente, então a visão que estas pessoas tem de mim são feitas totalmente com base no que eu escrevo.

Analisando meus textos, a conclusão mais óbvia que a pessoa chega, é a de sou uma maníaca depressiva (no mínimo), e isso é algo totalmente compreensível.

E realmente uma parte de mim é super melancólica, uma parte de mim tem um contentamento mórbido na tristeza. Muitas pessoas tem a ideia que sou uma pessoa totalmente problemática, depressiva e triste.

Não posso mentir, um pedaço de mim realmente é, mas também existe um pedaço meu carismático, simpático, animado, entrosado, espontâneo, elétrico, divertido, irreverente e magnético, que atrai muitas pessoas até mim. Este lado me domina em muitas situações e em muitos dias também.

Mesmo aos que me conhecem mais a "fundo" - e sabem que existem algumas "versões" de mim - eles param para falar comigo, fazem até questão nestes meus bons momentos. Acredito eu, que isso se deve porque nestes momentos, dentro deste meu pedaço eu as divirto, as atraio, as encanto.

Existe um pedaço meu tão consciente e responsável, um pedaço que sabe que não importa o que aconteça eu preciso acordar todos os dias e seguir adiante, não importa o quão temerosa e acabada que eu esteja, eu preciso (e vou) trabalhar, pois tenho muitas responsabilidades, as quais são minhas e de mais ninguém. E também existe aquele pedaço imediatista que só responde a impulsos e a perigos, além de me expor a viver no limite.

Existe um pedaço meu tão leal, bom e abnegado que enche os olhos de muitos que me tem - ao menos no primeiro momento - como amiga, mas também existe aquele lado psicótico, assustador, sufocante e as vezes até mesmo infiel.

Tenho meu pedaço carinhoso e amável, sensível e carente, e tenho também meu lado raivoso, grosseiro, agressivo, que me fez a algumas semanas atrás provocar uma briga com 2 pessoas que nunca vi na vida, com o desejo que a situação saísse do controle para que houvesse confronto físico.

Todos estes aspectos formam o que eu sou. Formam a minha personalidade. Eu sou um mix, um tipo de híbrida, uma mistura.

Infelizmente a ciência ainda não conseguiu um remédio ou tratamento para a cura de distúrbios de personalidade.Seria ótimo se conseguissem, assim haveria cura para Borders, Psicopatas entre outros.

Mas independente do pedaço de mim que me domina no momento, ou que me dominará amanhã ou na semana que vem, o meu conceito continua o mesmo: Gostaria de ser compreendida e que as pessoas simplesmente me amassem como a híbrida que sou. Que elas me amassem, me amassem, e me aceitassem.

Porque a soma de todos estes pedaços, formam o que eu sou.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Força

Para Isaac Newton a "Força" era um conceito fundamental para o desenvolvimento das suas três leis - as quais hoje nos permite - ter uma base para compreensão dos corpos materiais, seja celeste, seja terrestre.

Para uns a força se baseia somente no quesito físico - músculos ou até mesmo gordura em excesso -, para outros a força pode ser referir a uma condição mental. Falando no quesito emocional a grande parte das pessoas creem que as pessoas fortes são aquelas que não se abalam por nada, aquelas "sangue de barata".

Não sei se concordo com isso, quer dizer, com TUDO isso. Em especial na definição emocional. Veja bem, vamos analisar o que Newton descobriu com relação a Força por si só.

A primeira lei Newtoniana prega que todo corpo continua em seu estado de repouso a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas. O que seriam forças aplicadas? Porque eu te digo - não, na verdade eu te garanto que durante uma crise depressiva + máxima sensibilidade + choro +  crise do pânico + total desespero, não existe nenhuma força aplicada em você - e a coisa que você menos deseja é estar exposta, em especial exposta, com aqueles - pessoas e ambientes -  que te deixam ainda mais vulnerável.

Mas e ai se este ambiente inimigo é algo como seu emprego? O que a gente faz? O que você faz se você simplesmente Necessita trabalhar devido a alguns (vários), erros de percurso que você teve ao se direcionar a sua classe econômica? E se além deste grande desvio (dívidas), você ainda tem compromissos básicos - como por exemplo, com sua saúde mental - que custa caro?

Nessa situação o que você faz? Você levanta e vai soluçando, mas vai. Com dor no peito, falta de ar e com um desejo ardente - mais ardente do que qualquer coisa que você já tenha desejado na vida - de simplesmente ir embora... You just want walk away, mas já que você não pode, você caminha sofrendo por antecipação pelas 9 horas que terá de enfrentar de total tortura psicológica.

A loucura é tanta que você não sabe se vai correndo pra tudo acabar logo, ou se você vai lentamente pra se preparar e adiar o inevitável. É aquela velha história que eu não consigo entender, a cada dia que passa temos um dia a menos ou um dia a mais?

Então pra mim a base da lei de Newton e o conceito da maioria das pessoas está totalmente distorcido no quesito Força. 

Força mesmo é sentir que a sua sobrevivência não é desejada, mas apenas necessária e mesmo assim seguir em frente. Força mesmo é se confrontar todos os dias com o poema guerreiro:

Once more into the fray 
Mais uma vez adentro a batalha
Into the last good fight I'll ever know
Vou para uma das últimas boas brigas que terei
Live and die on this day 
Viver e morrer nesse dia
Live and die on this day
Viver e morrer nesse dia 

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Seja Você Mesmo

Hoje uma pessoa, a qual eu tenho imenso carinho, me deixou um post que dizia "Seja você mesmo. Todos os outros já existem..." Eu não entendi o porquê que ela me mandou isso, mas eu gostei bastante, por algum motivo eu me senti confortada ao ler essa frase.

Mas ai surge aquela questão que eu não consigo responder: Quem é você?

Florbela Espanca escreveu: “Quando morrer, é possível que alguém, ao ler estes descosidos monólogos, leia o que sente sem o saber dizer, que essa coisa tão rara neste mundo - uma alma - se debruce com um pouco de piedade, um pouco de compreensão, em silêncio, sobre o que eu fui ou o que julguei ser. E realize o que eu não pude: conhecer-me”.

Será? Será que alguém ao ler meus pensamentos, meus desabafos, meus devaneios conseguirá me conhecer e descobrir o que eu não consegui: Saber quem sou? Acredito que esse foi o motivo de eu ter começado a escrever este blog. Foi a esperança que alguém pudesse desvendar este mistério e pudesse me dar alguma direção.

Eu assisti um filme esses dias em que a personagem principal dizia: "Não sou formada apenas por coisas só minhas... Assim como uma flor não escolhe a cor que tem, não somos responsáveis pelo o que nos tornamos. Só quando percebemos isso nos tornamos livres e virar adulto é ser livre".

Por um instante eu desejei ter esta convicção, desejei simplesmente aceitar que este demônio e este anjo intensamente entrelaçados sou eu, e comecei a me questionar se realmente podemos ser culpados pelas nossas compulsões.

Quando eu digo compulsões, não estou me referindo a defeitos ou falhas de caráter, mas sim resultado de traumas, criação ou outras variáveis que simplesmente foram alicerces para constituição do nosso Ser, de nosso Caráter. Estou me referindo a Moral de um Ser Humano.

As pessoas acreditam - e fazem parecer tão lógico e óbvio - que esta força existente entre o bem e o mal dentro de todo ser humano, é algo totalmente domável. É somente uma questão de ajuda celestial, esforço e força de vontade para que o bem prevaleça.

Elas não entendem que quando estas forças do bem e do mal fazem parte da constituição do seu ser, elas passam a Ser você e não somente algo que você tem dentro de si. Entende do que eu estou falando? Provavelmente não.

Visto que sou estas duas forças poderosas e opostas, meus sentidos são tão aguçados que beiram ao insuportável. Eu ouço o que os outros não ouvem, e coisas pequenas e distantes que as pessoas não conseguem enxergar, são visíveis pra mim.

Mas no fim, não importa o que aconteça eu não consigo ser Eu Mesma porque simplesmente não sei o que realmente sou. 

Sou a versão angelical problemática, com traumas e questões internalizadas mal resolvidas? Sou a versão demoníaca lasciva com lapsos de consciência? Ou sou apenas alguém totalmente sozinha que tem os sentidos apurados como fruto de uma vida de anseio? Anseio de de ser resgatada... Anseio de ser completada...

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sonhos

A Enciclopédia define os sonhos como uma experiência que possui distintos significados se for levado em consideração as várias crenças envolvendo religião, ciência e cultura.

Para a ciência os sonhos nada mais são que uma experiência do inconsciente durante nosso período de sono. Ou seja,  a maior parte das vezes, os sonhos nada mais são que a busca pela realização de um desejo reprimido, a busca de um ideal, de um equilíbrio.

Pesquisando estas definições começo a enxergar algumas verdades e desejos sobre mim mesma, que até então, meu consciente sempre deixou bem claro - de uma forma ou de outra - que são coisas que preciso aprender a viver sem, são coisas que eu não posso querer ou desejar pois nunca as terei e alimentar tal esperança vã, seria só mais uma forma de criar e alimentar um novo sofrimento. Sendo assim, eu passei a não desejá-las e até a repudiá-las.

Esta manhã eu acordei como sempre com o mix de sentimentos, mas desta vez, a sensação deste mix era totalmente nova, extasiante, inquietante e desapontante também.

Eu raramente me lembro dos meus sonhos mas durante esta noite, entre vários sonhos sem sentido, passou-se uma história com roteiro, com estrutura. Na história principal sempre apareciam os mesmos personagens, o mais interessante é que eu nunca vi nenhum deles! Pelo menos, não os conheço.

Eu sempre tive este desejo infantil e irrealista de achar "My People" - Meu Pessoal, Minha Galera - e que eu faria parte disso, e de que certa forma, eles me libertariam da escravidão do meu vazio. Me faziam me sentir pertencente a algo e eu era uma peça muito importante deste "algo".

Meu sonho além de idealizar este desejo - o que é mais que normal que eu sonhe pois sempre tento, com resultados frustrantes, achar ou tentar enquadrar as pessoas na minha ideia de "My People" - também idealizou um outro desejo jamais explorado pelo meu consciente, subconsciente e até mesmo pelo meu inconsciente, até então. Eu estava apaixonada neste sonho, e o cara efetivamente fazia parte do "My People".

Ele estava apaixonado também, estávamos noivos e durante toda a história eu encontrava com pessoas do meu dia a dia, com amigos e familiares e eu sabia que eu os amava e eles faziam parte da minha felicidade, mas não se comparava com o sentimento de amor, segurança, lealdade e realização que o "My People" me proporcionavam em especial porque eu estava vivendo algo diferente, intenso e confortante com um dos integrantes do "grupo".

No sonho eu pude "sentir" ou ao menos ter a representação limitada do que é amar um homem e ser amada por ele... O que mais me impressionou? Eu gostei da sensação, eu desejei que aquilo fosse verdade no momento em que abri meus olhos pela manhã.

Mesmo sendo um sonho, tive uma sensação gostosa nos primeiros 30 minutos em que meus olhos se abriram e não, a sensação não tinha haver com sexo. Era algo mais intenso, profundo e duradouro. Acho que ainda estava em êxtase tentando me lembrar de todos os detalhes da minha fingida e forçada representação do que deve ser "estar apaixonada", e por um momento eu me permiti devanear sobre esta fantasia.

A questão que fica martelando em minha mente é o porquê deste sonho? Será que eu tenho um desejo reprimido pra amar romanticamente alguém? Será que meu inconsciente de alguma forma acredita que desta forma meu vazio, solidão e sofrimento seriam amenizados? Desta forma talvez eu consiga enxergar o sol, a luz no fim do horizonte?

Não sei, mas sei que com certeza é só cavar fundo uma cova perigosa e escorregadia. E num instinto de sobrevivência e autopreservação as vezes é necessário sacrificar algumas "variantes" e seguir nos caminhos mais "concretos" que já conhecemos, por mais espinhosos que seja.

Até porque, por mais desejáveis, irreais ou reais, impossíveis ou possíveis que sejam nossos sonhos, eles são apenas Sonhos.

segunda-feira, 17 de março de 2014

O Tempo

O tempo é algo tão intangível que as próprias definições dele usam muito termos como noção, senso, sensação, ciência, ilusão, evidências, relatividade, momento, estado... entre várias outras.

Mas o meu tempo se baseia em momentos e em fases.  E infelizmente as vezes este tempo - os maus tempos, maus momentos - me passam a impressão de que não passam, não giram, não avançam, não mudam.

Gostaria de deter o poder pra ultrapassar toda fase ruim, frustrante e decepcionante e dar um "Replay" só nas partes que estávamos "bem", ou então poder passar adiante as fases ruins e começar a assistir só a partir da tão aguardada calmaria após a tempestade.

Diante da imutável verdade que não podemos voltar ao passado, não podemos pular para o futuro e TEMOS que viver o dia a cada dia, a hora a cada hora, o segundo após o segundo - independente do momento ou fase que estamos - temos que criar estratégias para vivermos e tirarmos o melhor de cada fase e momento, seja ele bom ou ruim.

Nesta fase da minha vida eu me esforço em focar na minha melhora contínua e aceitar e aprender - com o coração aberto - tantas coisas duras, porém necessárias, que a vida e minha doença tem me ensinado. Não está sendo nada fácil.

Uma das lições que mais estou sofrendo pra aprender - não por falta de entendimento, mas por resistência a aceitação - É entender que quando alguém que você preza, alguém que pelo qual você se dedicou simplesmente te abandona e você percebe que a recíproca não era assim tão verdadeira - ou até era, mas não é mais e a pessoa não enxerga ou simplesmente não se importa com a dor que você está sentindo, e em como esta rejeição esta acabando com você - não importa a postura que você irá adotar, você não vai mudar o fato de estar sendo abandonada.

Não importa se você fingir ser indiferente a situação e se agarrar ao seu orgulho dizendo pra si mesma "Eu vou sobreviver", ou então ser mais dramática e exigir explicações, exigir saber como a pessoa é capaz, como ela ousa te virar as costas desta forma. Nenhuma reação vai mudar o fato de que estas pessoas estão indo embora.

A única coisa que você pode fazer, é entender e se não conseguir - como eu - aceitar que as coisas mudam, as afinidades mudam, que as pessoas não reagem da mesma forma a determinadas situações e tem coisas que são muito pesadas pra estrutura emocional delas, então infelizmente elas vão embora mesmo.

Só que a vida continua... E é a partir daí que devemos ser sinceros e entender que a maior parte do problema, não está nas pessoas em si, mas sim em toda nossa problemática. O problema é que estendemos sem moderação um tapete vermelho para as pessoas e nos doamos ao máximo, mas a maioria delas, simplesmente não tem a capacidade de fazer o mesmo - não é nem que elas sejam ruins ou ingratas - elas simplesmente não são assim e não sabem lidar com todo este nosso misterioso e profundo mundo - e sinceramente - elas não querem. Nós mesmos não queremos, mas infelizmente temos.

E então com o desenrolar de tantas coisas, e frustrações e conversas desencontradas, você descobre e aprende que não faz sentido explicar pra essas pessoas - por mais que elas perguntem - o porquê  disso ou daquilo, ou por que você agiu desta forma ou por que você é assim. Não faz o mínimo sentido se esforçar em ajudá-las a entender por que elas não tem ideia do que é precisar procurar segurança  em outras pessoas.

E vamos na torcida do nosso precioso tempo nos dar tempo o suficiente pra aprender, mas não tanto a ponto de duvidarmos que Tudo Passa.

sábado, 8 de março de 2014

Abandono - Passando pelos 5 Estágios do Luto

De acordo com as definições encontradas nos dicionários, o Abandono é o ato ou ação de deixar algo - seja uma pessoa, um projeto, um lar, uma função, um lugar -.

Ao pesquisar sobre o tema, o que mais achei interessante são os sinônimos da palavra Abandono, elas são muito mais autoexplicativas do que qualquer explicação.

Alguns sinônimos são: desabrigo, desamparo, desproteção, desapego, desamor, imprudência, traição - achei incrível este sinônimo - solidão, desistência, esquecimento, renúncia, humilhação, omissão, rejeição, recusa, desprezo, repúdio....

Eu não consigo ter amigos muito íntimos por muito tempo... eles sempre acabam sendo sufocados pelo meu ciúme, pela minha mania de perseguição, pelo meu desespero do tão atemorizante e cruel Abandono. E preciso ser sincera, não é possível que todos estejam errados e sejam desleais... o problema é meu lado Border - acredite ele é bem intenso e forte - tenho plena consciência disso e ele também.

Eu consigo fingir que o engano... Os remédios, a terapia me ensinam a sentar em meio o caos pra não enlouquecer de vez, mas, mesmo tonto e "drogado" o Border consegue ainda olhar em meus olhos, e mesmo sem dizer nada, eu sei que ele sabe que ainda detêm todo o poder sobre mim. Ele sorri pra mim desdenhosamente porque ele sabe que me controla, me domina.

Diferente do que muitos - por incrível que pareça - pensam, eu não escolhi esta condição. Se há alguém que mais corre atrás de controlar o "Hulk" dentro desta cientista, sou eu mesma.

Eu estava a 6 longos meses fingindo que estava tudo bem, que eu e ele havíamos feito um pacto silêncio e secreto para que as coisas fossem ao menos suportáveis, pelo menos até eu conseguir retomar minha terapia.

Ele como sempre me traiu e me levou ao caos de tal forma que não pude me conter e aqueles que mais estavam a minha volta e me davam forças - duas amigas intimas de anos de amizade em específico - conseguiram desta vez vê-lo, como nunca haviam o visto antes, elas tiveram que olhar diretamente nos olhos dele e logicamente ficaram aterrorizadas, assustadas, apavoradas... E eu por minha vez dentro do meu desespero de não perdê-las, causei ainda mais transtornos, mágoas e medo á elas

Ele sabe exatamente como irei agir, porque sou tão previsível, então ele lança suas cartas de uma forma que eu jogue o jogo com as regras e visão dele. Sinceramente é exaustivo. Mas ele jamais foi tão astuto e esperto como neste seu último jogo e eu realmente perdi 2 coisas muito valiosas, perdi a amizades de 2 pessoas que eu amo e considero muito... e o pior é que preciso conviver com elas, o que torna o jogo dele ainda mais sádico.

Não sei ao certo como lidar com este turbilhão de coisas, mas uma coisa eu sei... Meu projeto e objetivo é Ser e Ter amigos "cascas de ovo", como diz minha querida e amada amiga TDAH. Pessoas como nós não podem se dar o luxo de ter amigos íntimos, romances "normais", relacionamentos duradouros. Por mais que queiramos, nós simplesmente não conseguimos.

É, mas esta estratégia é daqui pra frente. O que farei com o abandono e desprezo de duas pessoas as quais eu preciso conviver e que eu amo tanto? Terei que seguir os estágios do luto criados pela Dra. Elizabeth Kubler-Ross - renomada psiquiatra - que aliás criou os 5 estágios do luto, não somente para situações que envolvam a morte, mas sim, para todas que envolvam algum tipo de abandono.

A Dra. Kubler-Ross prega que ao perdermos alguém - seja como for - o abandono nos faz passar por um ciclo que inclui:

1- Negação - Você se nega a acreditar na situação, "amortecendo" assim o impacto da dor.
2- Revolta - Quando não é mais possível negar, a negação é substituída por sentimentos de revolta e ressentimento.
3- Barganha - Já que a revolta não resolve o problema, o indivíduo tenta obter a "cura" da dor através de barganhas e promessas a Deus.
4- Depressão - É a parte de interiorização, então surgem lamentações, queixas, desinteresse e a necessidade de ficar só.
5- Aceitação - Não há mais a depressão ou a raiva, mas uma contemplação do fim próximo com um certo grau de tranquila expectativa, e a compreensão de que a vida, ou amizade, ou o casamento chegou ao fim.

Anseio e tenho a forte esperança de chegar até o estágio 5... Mas o Border sempre me questiona se conseguirei ao menos entrar em alguma fase, uma vez, que meu disco afetivo não anda, não supera, não aceita...

Meu Deus, como faço pra escapar? Existe escapatória? Prefiro acreditar que SIM.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Perdas em Vida

Caio Fernando Loureiro de Abreu escreveu certa vez que a dor de perder alguém em vida é pior do que a dor da morte, porque é o nunca mais de alguém que se poderia ter, já que está vivo e por perto.

Um dos grandes malefícios da minha doença, é que tenho como tendência natural - como vício absoluto - me legitimar e procurar segurança nos outros, nos amigos. E isso faz com que eu sofra muito e faz as pessoas que eu amo sofrer também.

O ser humano que precisa do outro pra se legitimar está fadado ao fracasso e ao sofrimento, porque  as circunstanciadas mudam, os gostos mudam, as prioridades mudam e por consequência as afinidades também.

Pessoas com borderline, como eu, colocam suas forças e esperança em outras pessoas com a crença de que nada irá mudar... E aquele seu parceiro, guerreiro de todas as horas sempre estará naquela condição de parceiro e guerreiro e fará - por questão de algum código moral interno - tudo pra preservar este pacto tão sagrado da amizade. Mas não, isso não vai acontecer, e não irá acontecer, porque isso não existe, isso não é amizade. Amizade não é isso.

Os únicos amigos, parceiros e companheiros de todas as horas que permaneceram "eternizados" foram os Friends, mas na vida real as coisas não ocorrem desta forma, simplesmente porque isso não existe.

Não que eu esteja dizendo aqui que eu não exista amizades verdadeiras, existem sim, e eu sei que tenho amigos leais e bons que me ajudam muito de várias formas, muitas vezes - 99,99% das vezes - sem entender o que realmente há de errado e como podem me ajudar, mas mesmo assim se esforçam ao máximo em me amparar.

Não tenho palavras pra descrever o quão grata sou por isso, eu sou mesmo, mas mesmo sabendo que minha doença que me faz ter conceitos deturpados e expectativas exacerbadas dos relacionamentos em geral - especialmente - nos relacionamentos com meus amigos, eu não posso deixar de sentir a dor da perda em vida.

A dor de perder aquela sensação de parceria indestrutível de adolescência com aquela amiga que você "cresceu" junto.

A dor de perder a preferência daquela amiga que além de amiga era a grande parceira de serviço que te concedia forças - além do normal - pra ir trabalhar em meio aos caos, e mesmo assim, tornar aquilo tudo muito divertido.

A dor de sentir que aquele amigo que você acha super bacana e em que você confia suas confidências, não te confidencia tantas coisas assim.

A dor de perder o posto da "Confidente Oficial" daquele amigo que você ama de paixão e te faz tão bem, mas que agora está apaixonado e se confidencia especialmente agora com um outro tipo de amiga... A amiga namorada.

Todas estas situações são normais e fazem parte do desenvolvimento da nossa vida, mas eu sofro muito com esta normalidade, eu sinto muita dor... A dor de perder aquela sensação de SER e TER "A amiga (o)".

Meu ser não tem a capacidade de aceitar esse desenvolvimento natural, aceitar que os amigos mudam, tem outros planos, outras prioridades e outras afinidades, e não é por isso que eles deixam de gostar de você ou que sua amizade se torna menos importante, simplesmente não é mais igual, porque é a ordem da natureza.  

Meu consciente sabe e repete vez após vez que meus amigos não estão me deixando de lado, que eles não estão me excluindo, que eles me amam e me veem como antes... Mas minhas emoções simplesmente se recusam firmemente a acreditar e me levam a devaneios, pensamentos, noias e conspirações tão absurdas como afirmar que James Dean não seria o homem ideal pra eu passar o resto da minha vida, rs.

Mesmo depois de horas e horas de luta árdua entre meu ser consciente e minhas emoções, no fim sempre estou exausta e com os mesmos sentimentos do Caio... "a dor de perder alguém em vida é pior do que a dor da morte, porque é o nunca mais de alguém que se poderia ter, já que está vivo e por perto."

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

País das Maravilhas - Wonderland

A saúde mental (sanidade mental) é descrita como
"um nível de qualidade de vida cognitiva e emocional ou a ausência de uma doença mental... a saúde mental pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica".

Ao passo que a loucura ou insanidade é descrita como "condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados anormais pela sociedade."

O que seriam pensamentos considerados anormais pela sociedade? Acho que não existem respostas tabeladas a esta questão, deve ser por isso que a Organização Mundial de Saúde, afirma que não existe uma definição "oficial" de saúde mental.

Esse é um tema amplamente abordado e ao mesmo tempo amplamente camuflado. Vários, grandes nomes, da literatura, cinema, contos abordam tão intensamente e tão camufladamente este tema, que não da pra medir a satisfação do telespectador. Não dá pra saber se o fulano gostou, porque entendeu a mensagem, ou se ele gostou porque não entendeu - e o contrário também é verdadeiro - não sei se o indivíduo que não apreciou, não se atentou ao real significado da obra, ou se ele se atentou, e por este motivo não gostou.

Filmes como Alice no País das Maravilhas, Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, Amnésia, O Grande Truque, Ilha do Medo, Cisne Negro, entre outros, que são campeões de bilheteria, trazem a tona histórias distintas, mas que tem a base em comum - os protagonistas destes trailers - tinham tudo e ao mesmo tempo não tinham nada, desejavam ardentemente se encontrar, e tinham uma obsessão tão intensa neste aspecto que os levava a um ponto de loucura, que ao mesmo tempo que era assustadora, era deslumbrante.

Analisando como exemplo o clássico Alice no País das Maravilhas, fica claro que a mensagem da história definitivamente não foi entendida na época de sua criação. Começando pelo fato que a história foi escrita por Lewis Carroll (Charles Lutwidge Dodgson), que era um matemático que escrevia livros somente questionando a lógica das coisas, conseguimos discernir que o objetivo dele não era criar um conto infantil.

Em 2010 o incrível Tim Burton, fez como que uma "continuação" da história, mas se valendo dos mesmos questionamentos, medos e dúvidas do conto original, acredito que ele tenha tentando trazer a real mensagem que Carroll tinha em mente, porém, não sei se seu objetivo foi alcançado.

Falando brevemente da Alice, a história claramente questiona os padrões sociais, os desafios, os questionamentos, a busca da identidade, a insatisfação com a realidade que a jovem - Alice - se depara.

Ao tentar fugir da realidade infeliz, Alice cai em um buraco que a leva ao Pais das Maravilhas - seu inconsciente - mundo em que nada é impossível.

No buraco que a Alice cai, vários objetos - sem sentindo - estão voando desordenadamente, alguns até mesmo de ponta cabeça. Isso mostra o quanto nosso inconsciente não apresenta lógica, ordem ou até mesmo racionalidade, o que pode nos impulsionar a ações incompreendidas.

Fora isso, todos os personagens que ela encontra no caminho tem significados bem específicos. O coelho com o relógio que está sempre com pressa, simboliza obviamente o Tempo. O tempo que é tão rígido e exigente e marca a quebra com a realidade e nosso mundo de "fantasias".

No País das Maravilhas, a Alice se depara com o caos, ela não consegue falar sobre ela mesma quando sua identidade é questionada pelos outros personagens, e chega até mesmo a ser vista como uma "impostora".

Fora todo este sofrimento, Alice precisa todo o tempo, decifrar enigmas e achar chaves para poder conseguir sair do País das Maravilhas - sair do inconsciente e voltar pro consciente -  pra tentar construir sua própria história.

Ao meu ver a Alice é uma jovem perdida dentro do seu inconsciente - tentando separar o que é real do imaginário - que está beirando a loucura e está lutando pela sua sanidade.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Brainstorm


Abismo 


Às vezes, me sinto à beira de um precipício, olhando para o nada, sem lugar nenhum para ir, a não ser para baixo.

Dizem que a melhor queda, é cair em si. Será? Na minha opinião essa é a queda mais dolorida, fria e dura que pode haver.

Há um outro dizer que prega: "Não há nada como uma crise para definir quem você é". Desculpa, mas quem é que escreve essas "verdades"?

Quedas em si e crises nos mostram o quão estamos realmente sozinhos. O quão insignificante é sua vida e quão algumas pessoas - as quais por sinal, você está disposto a se fazer em pedaços por -  simplesmente não se importam.

[...] O Suicídio começa por dentro

O que você não consegue resolver dentro da sua mente, seu corpo transforma em enfermidade.

As dores são muito reais! A dor no peito e a falta de ar, as mãos trêmulas, são algumas formas de seu corpo traduzir sua mente tão perturbada e agitada.

As vezes chega ao ponto que desejamos ter alguma doença fatalmente terminal pra enxergarmos com mais clareza o fim de todo esse sofrimento.

Não, não é drama e sim instinto de sobrevivência. Necessidade de dormir para descansar a alma dos sentimentos.

O choro incontido, a agressividade, a comilança descontrolada é somente uma tentativa desesperada de equilibrar a questão. É a resposta "SE" para a o intimato que sua mente te dá: "VIDA ou MORTE".

Porque nem eu sei lidar comigo mesma.

Certo, eu estou destruída, mas não, eu não vou me matar. Podem voltar com sua política de não se importar.

Mas uma verdade é inegável.  Viver é desvantagem demais, e morrer só comprova isso.

Cabeça e Coração a 1000

Bilhões de pensamentos, sensações e sentimentos invadem sem a menor consideração  minha mente e histórias vão e vem sem que eu consiga distinguir o que é real, ou o que foi apenas um sonho, ou um pensamento, ou uma dúvida ou até mesmo uma nóia.

O que meus olhos não veem, a minha mente imagina de um jeito 3 vezes pior.

No meio de tudo isso chego a conclusões tão tristes e decepcionantes. Eu entendo - veja bem, entendo, não significa que aceito - que não é possível forçar um coração a passar aonde ele não tem vontade de entrar.

Não importa o que eu faça para provar minha amizade e mostrar que sou disposta a sacrificar tudo em mim por tal sentimento, se os amigos, não querem, eles não querem.

Se sou colocada de lado por namorados, pessoas com outros interesses em comum ou até mesmo pelo nada, não há o que eu possa fazer pra mudar isso! Porque todas as vezes que especificamente eu não for requerida, alguém estará lá ocupando meu posto de "Amiga pra todas as horas" e eu... Eu? Quem sou eu?

 Atrás da Máscara

O mundo é muito real, as pessoas que são falsas.

Acho que isso é meio consequência da nossa sociedade.

Uma sociedade aonde as pessoas não se falam, ao contrário, se calam, se pisam, se traem e se matam.

Dentro dessa sociedade, feliz é aquele que é feito de aparências. As pessoas que anseiam pela verdade e se mostram como realmente são, são odiados pela política da boa vizinhança e dos bons costumes.


Monstros

Podemos trocar de casa, emprego, amigos, Cidade ou até mesmo País, enquanto não domesticarmos os nossos monstros atrairemos sempre os mesmos tipos de problemas e pensamentos doentios.

Os monstros dentro da nossa cabeça nos fazem ser mortos-vivos.

Eu já morri por dentro. Sou como um fantasma com o coração batendo.

Nem todas as verdades são para todos os ouvidos, e os monstros tendem a ser muito sinceros.

[...] ela respirou fundo e então sussurrou "eu não aguento mais"

E no meio de tudo isso eu chego a conclusão que há maneiras diferentes de morrer...

Meu corpo respira, meu coração continua batendo...

Mas eu não estou viva.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Flagelo

Palavras como Disciplina, Castigo, Tormento, Tortura e Açoite, são usadas muitas vezes para descrever o Flagelo,  na verdade eles descrevem o termo "Autoflagelo" - Que no caso se refere a pessoas que causam flagelo (dor) a si mesmas.

Eu, particularmente, não concordo que essas palavras sejam sinônimos de "Flagelo" ou de "Autoflagelo", na verdade elas - e os sentimentos tragos por elas - são antecessores do Autoflagelo.

Se elas não existissem dentro da mente cansada e machucada - causando uma guerra sem fim interna - o Autoflagelo não se faria necessário.

O termo "autoflagelação" é bem conhecido entre algumas denominações religiosas, em especial pelos religiosos católicos que - na Idade Média - praticavam o autoflagelo como um ato de "purificação" após o cometimento de um ou vários pecados.

Ou seja, assim como aqueles religiosos do passado, os que se autoflagelam hoje são motivados pelo sentimento de culpa tão insuportável que os leva a acreditar na necessidade de "punição" como forma de aliviar a dor - que geralmente é causada - pela depressão, transtornos  de personalidade e outros distúrbios mentais e psicológicos.

O mais doentio, é que essa culpa - esse remorso sentido por nossas mentes perturbadas - são totalmente indevidos. Não temos culpa por não sentir a "normalidade" presente em nossos amigos, colegas, familiares. Não temos culpa por sentir, ver e discernir num grau e intensidade 97% mais apurado do que os demais.

Não temos culpa de nossa vida ser um inverno frio e longo e sermos obrigados a ter devaneios e visões de nós mesmos tendo uma vida "normal" - rindo, lutando, chorando, dançando, nos apaixonando, caindo e superando e tendo a capacidade de rir das desgraças da vida - para termos algo para nos aquecer a noite.

Não temos culpa de sermos intensos e sinceros em nossas amizades, em nossos relacionamentos e não temos culpa se as pessoas não valorizam isso e nos põe de lado vez após vez, porque, simplesmente elas não tem ideia do que é procurar segurança em outras pessoas. Não temos culpa se nascemos pra não pertencer a nada e nem a ninguém, mas desejamos isso.

Não temos culpa por sermos incomuns. Não temos culpa por não ter uma personalidade fixa. Não temos culpa por não possuir a tão preciosa bússola para nos permitir determinar os pontos cardeais - norte, sul, leste e oeste - e assim termos a capacidade de navegação precisa.

Não temos culpa de desejar ser livre.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Em Busca de um Significado

É somente mais uma tão aguardada Sexta-feira, e nada de novo e nada de velho aconteceu... Aliás nunca acontece. O que ocorre com certa frequência, é a tão intensamente previsível, solidão e tristeza que me leva ao desespero.

Minha cabeça vai a 1000 em várias direções, situações, emoções e devaneios, mas no fim, ela somente consegue me confrontar no quão vazio e fútil é o significado da palavra "Desespero".

Os dicionários formais e online usam palavras e expressões como "Desânimo", "Sensação Ruim", "Sentimento de Angústia", "Descontrole", "Aflição", Sensação de Perda", "Sem Esperança", entre outros.

Todos esses sentimentos são ruins e intensos, porém NÃO, eles não conseguem nem ao menos passar a "noção" do que significa o desespero. Não quero parecer prepotente, mas tenho certeza que as pessoas tão cultas, refinadas e diplomadas que dão "sentido" e significado a palavras, nesse caso, não tinham a mínima noção do que estavam descrevendo.

Como esses sentimentos, o desespero, também é intenso, mas - mais que intenso - é um sentimento profundo e inquietante, e ao mesmo tempo silencioso e paralisante. Pra exemplificar, você consegue me dizer quantos gritos cabem em um silêncio? Se você conseguir, então você tem a definição da palavra Desespero.

Pensando bem, realmente é difícil definir um significado para palavra Desespero, chega ser ofensivo querer apenas definir o Desespero. O desespero exige muito de você, ele quer muito mais que um significado, ele quer que você o possua, o conforte, o compreenda.

A minha vontade nesse momento é confrontá-lo, dizer que sinto muito, mas que não posso mais continuar nesse relacionamento, exigir que ele me deixe ir... Ir por ai, ir pra longe... Sentir o vento, sentir a vida. Viver intensamente... Ser jovem e selvagem, e assim, dar uma trégua na minha mente que, constantemente, está em guerra.

Acho que mais que o significado da palavra, eu tento buscar - dentro de todo este devaneio - o significado da minha vida... Mas isso é mais difícil pra mim do que tentar taxar o Desespero em 1 ou duas palavras, ou definições.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Wolf(Wo)man

Eu sempre achei muito interessante a história do Lobisomem (Wolfman), e pra mim sempre teve um significado maior, do que um simples conto de um homem mordido por um lobo em lua cheia.

Mas eu nunca pensei muito sobre isso, até umas semanas atrás, quando assistir o remake feito em 2010 do clássico The Wolfman de 1941.

A visão profunda e clara que o filme traz sobre a vida problemática de Lawrence Talbot, e todos seus traumas e conflitos de infância que giram em torno da morte de sua mãe - que ele presenciou ensanguentada aos braços de um monstro, um lobo -  e seu relacionamento problemático com seu pai, Sir John Talbot, fizeram com que minhas suspeitas iniciais fossem confirmadas.

Na lenda original que tem raiz na mitologia grega, Licaão, o rei de Arcádia, serviu a carne de um Árcade (Um membro de Arcádia),  a Zeus. Zeus descobriu, e como forma de castigo, transformou Licaão em Lobo. Porém, a transformação não era somente uma questão física - homem se transforma simplesmente em um animal - o Lobo no caso.

Era uma metamorfose completa, pois mesmo na forma humana, Licaão passaria a ter comportamentos estranhos, como mudança de comportamento misteriosa, ser mais atento as outras pessoas, sempre desconfiar de tudo e ter muito medo de ser descoberto, pela humanidade, como uma aberração. Porém, era muito protetor em sua forma humana.

Isso soa muito familiar pra pessoas com problemas como Personalidade Borderline, Distúrbio Bipolar, TDAH's e tantos outros que sofrem nas mãos destas malditas doenças psíquicas. Esse é nosso "castigo" que foi-nos imposto por nossa condição imperfeita. Essa é nossa maldição e temos que viver com ela até o fim de nossos dias, pois não há cura.

Assim como o Lobo, somos temidos e vistos aos olhos alheios e medrosos como monstros, que devem ser exterminados ou ao menos trancafiados em algo ou em algum lugar aonde eles - como seres humanos sem maldição - possam estar protegidos.

Nosso Wolf, nosso Lobo, se manifesta todos os dias através de nossos conflitos internos e externos e nossa luta para atravessar os dias e não podemos controlá-lo, o máximo que conseguimos - e devemos - é respeitá-lo, aprender a viver com ele e fazer planos e estratégias de contenção para não causarmos tantas mortes e destruição em noites de lua cheia.

Será que conseguiremos chegar até o fim sem o alívio da bala de prata no coração? Espero que sim.