sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Lembranças

As lembranças, as vezes, trazem a tona sentimentos e questões tão confusas. Para mim, pelo menos, funciona assim.

Ao me lembrar do que costumávamos ser antes daquele lugar, o que costumávamos acreditar, eu sinto uma saudade que aperta o peito tão forte, e de uma forma tão intensa e vívida, que eu sinto como se estivesse disposta a dar minha própria vida, só para viver um momento daqueles, somente mais uma vez...

Éramos nós contra o mundo, de uma certa forma e de todas as formas. Era real! Eu sei que era.

É engraçado, que as lembranças te fazem enxergar as coisas, que passaram, de uma perspectiva um pouco diferente. A questão é: É a perspectiva certa, mais clara, acertada, pois é baseada em nosso melhor entendimento dos fatos, e a madureza que nos molda ao passar dos anos? Ou é uma perspectiva ofuscada, embaçada por estar baseada em lembranças, memórias que fazem com que nosso coração sinta saudades e supervalorize uma época que passou e já não existe mais?

E automaticamente, depois de passar pelos "anos dourados", as lembranças te levam ao ponto derradeiro, aonde no lugar de todos sentimentos positivos, só existe desconfiança, mágoa, raiva... Ódio. E é aí que as lembranças começam a se embaralhar, e você não consegue distinguir o momento aonde tudo começou a mudar, e o porquê começou a mudar.

Quem mudou? Nós mudamos tanto assim? O que o tempo fez conosco? O que fizemos? Por que permitimos? Será que não era tão verdadeiro como achávamos?

Eu não sei... Não sei... E as lembranças não conseguem me responder.