Até hoje eu sofro com os eternos efeitos colaterais de todo aqueles (e de certa forma todos esses) anos de tortura, pânico e desespero que eclodiram no 3º bimestre de 2014.
As feridas profundas que carrego, parece que jamais irão cicatrizar... Aparentemente todas estão cicatrizadas, mas quando me deparo com elas - o que ocorre vez por outra - parece que ainda são feridas abertas... Elas ainda doem demais em alguns dias e épocas.
Everyday (todos os dias), eu acordava em desespero e com aquela incerteza, quase certa de que eu não sobreviveria a mais uma noite... Mas eu sobrevivi! Depois de ficar internada uma semana no hospital - e correr o risco de ficar muito mais tempo internada, em um lugar não muito acolhedor - eu comecei encarar um outro desafio... Os olhares. Tinham de todos os tipos! Havia os olhares curiosos, preocupados, confusos e até mesmo, alguns maldosos.
Todos independente da cor, formato, intensidade e brilho, tinham algo em comum: A distância.
Se eu tivesse uma máquina do tempo e tivesse a oportunidade de falar ao menos 5 minutos com aquela garota assustada e desesperada para encontrar suas razões para viver, eu diria a ela que apesar de todo mundo a olhar e se esconder, de todos falarem e todos mentirem, de mudarem de assunto e estarem indo pra longe, ela sobreviveria.
Que o medo e as lágrimas - como sempre - estariam lá, mas que a ajudariam a pass by, get over (superar) tudo aquilo. Que por mais que amanhã, e depois e depois, e depois, e depois... nada fosse parecer diferente (até porque nada iria mudar), ela deveria tentar se lembrar quando os dias não eram tão monótonos.
Eu iria lembrá-la que razões para viver nunca são baratas, e que até mesmo seus melhores amigos podem te nocautear, e que eu concordo que deveria haver uma maneira melhor, mas não há.
E finalmente eu diria á ela que as razões dela de viver são todas belas.