quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Asleep

Você já esteve no escuro, sozinho e com medo? Com vários monstros em sua cabeça querendo te devorar? Sem poder contar ou recorrer a ninguém?

Alguns de nós - não somente - já estiveram alguma vez nessa situação, como constantemente se encontram nela. É desesperador.

Você deseja fugir de você mesmo, da sua Cidade, da sua família, do seu emprego, e principalmente dos seus pensamentos e sentimentos, que por sinal, são altamente devastadores.

É terrível não poder confiar na sua cabeça ou no seu julgamento, pela possibilidade deles estarem totalmente comprometidos em suas paranoias, manias de perseguição, inseguranças e medos.

É cansativo abrigar os sentimentos agoniantes e os trilhões de pensamentos que são cheios e diretos, mas ao mesmo tempo, confusos e vazios. Tais sentimentos que invadem nossa mente, sem a menor, consideração, respeito ou ao menos aviso.

As vezes o único momento de paz que encontramos, em meio ao caos, é o momento que nossa mente se desliga e adormecemos, totalmente exaustos da luta árdua contra todo o universo em guerra existente dentro da nossa cabeça. Sendo somente no estado de "inatividade" que nosso cérebro, nosso ser, encontra o precioso e sagrado momento de paz, que tanto ansiamos, é instintivo desejarmos não acordar mais.

É insuportável e cansativo saber que amanhã, você irá acordar totalmente sozinho dentro de você mesmo.

Eu sei exatamente como é querer morrer. Quando parece que não dá mais pra suportar o tédio e o vazio cheio de desespero, acredito, que seja até natural desejar a morte. É como se a morte fosse sua única chance de sobreviver. Mas, quando começamos a pensar seriamente na morte, no alívio que ela pode trazer, começamos a encarar a morte como ela realmente é. A morte é o total estado de inatividade!

Por mais que esse seja o estado que ardentemente desejamos alcançar, para não sermos mais atormentados pelos pensamentos, sentimentos, sensações e perseguições doentias, quando nos confrontamos com esta ideia, nos sentimos ridículos e mesquinhos por desejá-la.

Porque no fim, nós desejamos sentir e viver, nós simplesmente não conseguimos, mas desejamos.