segunda-feira, 28 de julho de 2014
Sozinha na Noite
Sabe quando você esta triste, tristinha? Igual quando você era pequena e dormia sozinha de luz apagada no seu quarto tendo que enfrentar os pesadelos que te acordavam no meio da noite, e que faziam você sentir coisas aterrorizantes? Provavelmente você se agarrava com todas as forças que suas pequenas mãozinhas poderiam ter, até porque, era tudo o que você tinha no momento. Na verdade, você está mais triste do que com medo, porque sabe que alguém - deliberadamente - lhe deixou ali, sob aquela condição. E não há o que fazer, então só te resta chorar baixinho no escuro, até pegar no sono e quando acordar sentir uma sensação de que você não merecia ter passado por aquilo, mas que esse detalhe não importa na verdade, porque o fato é que você irá vivenciar isso a toda e cada noite...
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Paraíso Perdido com Pesadelos Acordados
1º Ato:
O exército daqueles que amo me cercam, e eu os cerco. Eles não me deixarão em paz até que eu vá com eles, até que eu os responda. Até que eu descarregue-os com a carga da alma.
2º Ato:
Feminilidade, e tudo que compõe uma mulher. O útero, os seios, mamilos, leite materno, choro, risada, pranto, visões amorosas, perturbações amorosas e ascendência. A voz, articulação, linguagem, sussurro, grito alto. Comida, bebida, pulso, digestão, suor, dormir. Andar, nadar, controle nos quadris, saltos, bamboleio, abranger, curvar os braços e apertar. As mudanças contínuas no franzir da boca e ao redor dos olhos. A pele, marcas de sol, sardas, cabelo. A simpática curiosidade que ela sente com a mão na carne nua do corpo, o ciclo da respiração, inspira e expira. A beleza da cintura, daí o quadril, e daí para baixo em direção aos joelhos. Os ossos e a medula nos ossos. Essas não são somente partes de um poema e um corpo, mas da alma.
3º Ato:
As melhores mentes das últimas gerações foram destruídas pela loucura. Ficaram famintos, histéricos e nus arrastando-se em ruas escuras na madrugada em busca de uma dose violenta. Cansados de serem santinhos descolados, ardendo por um contato celestial, fumando na escuridão sobrenatural; usando farrapos e com olhos fundos. Flutuando nos topos das cidades apreciadoras de jazz. Aqueles que mostraram seus cérebros para o paraíso e viram anjos iluminados cambaleando no telhado de cortiços, eles que passaram por universidades com olhos radiantes. Aqueles que se encolhiam em quartos usando roupas íntimas ouvindo o terror através das paredes. Aqueles que foram pegos bebendo no beco do paraíso; ou contorcendo seu torso noite após noite com sonhos, com drogas, com pesadelos acordados. E então, de ser criada á sua imagem e semelhança á ser banida por querer ser muito como Ele, nós fomos expulsos do Jardim do Éden e fizemos um Jardim do Mal. As cidades de deuses e monstros, o mundo do meio - onde somente as escolhas feitas de seu livre arbítrio irão decidir se você escolherá o caminho correto - é chamado por alguns poetas de "Entrada para o mundo interior", mas em algumas noites de verão, parecia um Paraíso. Um Paraíso perdido.
- Citação do Poema citado do curta-metragem "Trópico"
O exército daqueles que amo me cercam, e eu os cerco. Eles não me deixarão em paz até que eu vá com eles, até que eu os responda. Até que eu descarregue-os com a carga da alma.
2º Ato:
Feminilidade, e tudo que compõe uma mulher. O útero, os seios, mamilos, leite materno, choro, risada, pranto, visões amorosas, perturbações amorosas e ascendência. A voz, articulação, linguagem, sussurro, grito alto. Comida, bebida, pulso, digestão, suor, dormir. Andar, nadar, controle nos quadris, saltos, bamboleio, abranger, curvar os braços e apertar. As mudanças contínuas no franzir da boca e ao redor dos olhos. A pele, marcas de sol, sardas, cabelo. A simpática curiosidade que ela sente com a mão na carne nua do corpo, o ciclo da respiração, inspira e expira. A beleza da cintura, daí o quadril, e daí para baixo em direção aos joelhos. Os ossos e a medula nos ossos. Essas não são somente partes de um poema e um corpo, mas da alma.
3º Ato:
As melhores mentes das últimas gerações foram destruídas pela loucura. Ficaram famintos, histéricos e nus arrastando-se em ruas escuras na madrugada em busca de uma dose violenta. Cansados de serem santinhos descolados, ardendo por um contato celestial, fumando na escuridão sobrenatural; usando farrapos e com olhos fundos. Flutuando nos topos das cidades apreciadoras de jazz. Aqueles que mostraram seus cérebros para o paraíso e viram anjos iluminados cambaleando no telhado de cortiços, eles que passaram por universidades com olhos radiantes. Aqueles que se encolhiam em quartos usando roupas íntimas ouvindo o terror através das paredes. Aqueles que foram pegos bebendo no beco do paraíso; ou contorcendo seu torso noite após noite com sonhos, com drogas, com pesadelos acordados. E então, de ser criada á sua imagem e semelhança á ser banida por querer ser muito como Ele, nós fomos expulsos do Jardim do Éden e fizemos um Jardim do Mal. As cidades de deuses e monstros, o mundo do meio - onde somente as escolhas feitas de seu livre arbítrio irão decidir se você escolherá o caminho correto - é chamado por alguns poetas de "Entrada para o mundo interior", mas em algumas noites de verão, parecia um Paraíso. Um Paraíso perdido.
- Citação do Poema citado do curta-metragem "Trópico"
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Comida e Outras Drogas...
As vezes várias partes de mim querem me direcionar - ao mesmo tempo - a caminhos tão distintos e contraditórios, que mesmo que eu quisesse, não conseguiria atender a todos.
Essas partes, essas vozes, acreditam em coisas distintas, mas todas elas me cobram e me questionam as mesmas coisas... As vezes você se submete a aceitar alguns tratamentos inadequados de amigos... de parceiros... de colegas... Até quase o insuportável e o ultrapasse do insuportável... Sei que as pessoas no geral não entendem, elas realmente não entendem que mesmo você repudiando tudo isso, nada, NADA, é pior do estar sozinha.
É complicado quando uma pessoa chega no nível de falar consigo mesma, por meio de um blog... por meio de um gravador no celular, e usar isso de alguma forma pra não se sentir tão sozinha. É patético na verdade.
É tedioso - com um T bem grande pra você - sentir as mesmas coisas sempre e nunca saber lidar com elas. É como se você fosse um anjo residindo num mundo de demônios, e somente eles, possuem o antídoto que você precisa. E você está destruída e com medo, e acaba fazendo o que é preciso fazer pra sobreviver.
Algumas pessoas recorrem as drogas - incluindo o álcool e as comilanças- como uma forma de antídoto, como uma forma de aliviar a dor inexpressível do nada... do vazio. Estas práticas não são saudáveis, e longe de mim incentivar alguém a recorrer a qualquer tipo de vício para tentar preencher um vazio - que sabemos que é impreenchível -, mas até que ponto podemos condenar alguém por tentar anestesiar o insuportável?
Essas partes, essas vozes, acreditam em coisas distintas, mas todas elas me cobram e me questionam as mesmas coisas... As vezes você se submete a aceitar alguns tratamentos inadequados de amigos... de parceiros... de colegas... Até quase o insuportável e o ultrapasse do insuportável... Sei que as pessoas no geral não entendem, elas realmente não entendem que mesmo você repudiando tudo isso, nada, NADA, é pior do estar sozinha.
É complicado quando uma pessoa chega no nível de falar consigo mesma, por meio de um blog... por meio de um gravador no celular, e usar isso de alguma forma pra não se sentir tão sozinha. É patético na verdade.
É tedioso - com um T bem grande pra você - sentir as mesmas coisas sempre e nunca saber lidar com elas. É como se você fosse um anjo residindo num mundo de demônios, e somente eles, possuem o antídoto que você precisa. E você está destruída e com medo, e acaba fazendo o que é preciso fazer pra sobreviver.
Algumas pessoas recorrem as drogas - incluindo o álcool e as comilanças- como uma forma de antídoto, como uma forma de aliviar a dor inexpressível do nada... do vazio. Estas práticas não são saudáveis, e longe de mim incentivar alguém a recorrer a qualquer tipo de vício para tentar preencher um vazio - que sabemos que é impreenchível -, mas até que ponto podemos condenar alguém por tentar anestesiar o insuportável?
sábado, 12 de julho de 2014
Autocomiseração
As pessoas em geral me encaram como alguém fraca, que sofre intensamente de autocomiseração, ou seja, alguém com muita dó de si mesma.
A questão é que as pessoas não fazem ideia das dificuldades que já passei, o que já enfrentei e o que tive que fazer para conseguir estar aqui. Para conseguir ao menos respirar a todo e cada amanhecer.
Já comecei vários dos meus dias com o olhar miserável, com o sentimento desesperador de perda com trilhões de dúvidas, e somente uma certeza, a de estar só. Estar só num mundo aonde ao menos 8 milhões das pessoas, (1% da população mundial), poderia e oferece o maior amor do mundo. Aonde o maior Ser do universo me oferece seu amor e cuidado, mas que eu não consigo, não consigo, me aproximar e merecer este amor.
Passar por épocas que você simplesmente não sabe se conseguirá sobreviver a mais uma noite, e nestas épocas, esta sensação vem todo santo dia.
As pessoas no geral não se preocupam com quem você é, elas estão muitos mais interessadas no que você faz ou fala, porque desta forma elas podem te criticar e julgar sem dor de consciência. Elas podem projetar tudo o que elas receiam e repudiam em si mesmas em você, para conseguir ter - ao menos - uma falsa sensação de paz.
Eu sou intensa, eu choro, eu falo, eu questiono. Eu odeio, eu amo, eu xingo, e eu defendo.Tenho muita dificuldade de esconder minhas emoções, e por consequência não refreio muito minhas palavras e minhas ações (o que é sem dúvida um grande problema). Sou excêntrica, falante e sofro agressões psicológicas por conta de todo este conjunto de atribuições que eu possuo.
Se isso é sinal de fraqueza ou de autocomiseração eu realmente não sei. E não sei mesmo, porque para ser sincera a primeira pessoa que me julga - num grau altamente pesado - como fraca e com autocomiseração, sou eu mesma! E sinto vergonha de ser assim. Sinto vergonha de ser fraca e de me questionar o porquê as coisas pra mim tem que ser mais difícil, mais sem controle, mais sem perspectiva. Devaneio sobre isso e começo a sentir uma raiva incontida do mundo, da minha vida... Mas uma coisa eu sei, sentir pena de si mesmo é muito feio! Muito feio.
Então me obrigo - mesmo com dor, medo e inseguranças - a entrar na minha floresta escura e cheia de mistérios. E a atravesso, todos os dias.
Atravesso sem saber o que poderei encontrar no meio do caminho, sem saber com que animal selvagem poderei me deparar e se conseguirei me defender dele mais uma vez. Sem saber se conseguirei chegar em algum ponto conhecido ou se me perderei em meios aos seus caminhos tortuosos e parecidos e totalmente diferentes a cada dia.
A questão é se você caro leitor - que talvez tenha um grau aceitável de normalidade, talvez tenha família, amigos e relacionamentos "estáveis" com as pessoas em geral, que talvez não tem a mínima ideia do que lutar pela sanidade - é capaz de sobreviver ou ao menos percorrer um trajeto completo durante um dia dentro da minha floresta?
O que você acha? Conseguiria lidar com o leão enfurecido? Conseguiria lidar com as cascavéis destilando litros de veneno? Conseguiria lidar com o urso faminto? Conseguiria lidar com as armadilhas altamente engenhosas e atraentes?
Sinceramente, você acha que sobreviveria?
A questão é que as pessoas não fazem ideia das dificuldades que já passei, o que já enfrentei e o que tive que fazer para conseguir estar aqui. Para conseguir ao menos respirar a todo e cada amanhecer.
Já comecei vários dos meus dias com o olhar miserável, com o sentimento desesperador de perda com trilhões de dúvidas, e somente uma certeza, a de estar só. Estar só num mundo aonde ao menos 8 milhões das pessoas, (1% da população mundial), poderia e oferece o maior amor do mundo. Aonde o maior Ser do universo me oferece seu amor e cuidado, mas que eu não consigo, não consigo, me aproximar e merecer este amor.
Passar por épocas que você simplesmente não sabe se conseguirá sobreviver a mais uma noite, e nestas épocas, esta sensação vem todo santo dia.
As pessoas no geral não se preocupam com quem você é, elas estão muitos mais interessadas no que você faz ou fala, porque desta forma elas podem te criticar e julgar sem dor de consciência. Elas podem projetar tudo o que elas receiam e repudiam em si mesmas em você, para conseguir ter - ao menos - uma falsa sensação de paz.
Eu sou intensa, eu choro, eu falo, eu questiono. Eu odeio, eu amo, eu xingo, e eu defendo.Tenho muita dificuldade de esconder minhas emoções, e por consequência não refreio muito minhas palavras e minhas ações (o que é sem dúvida um grande problema). Sou excêntrica, falante e sofro agressões psicológicas por conta de todo este conjunto de atribuições que eu possuo.
Se isso é sinal de fraqueza ou de autocomiseração eu realmente não sei. E não sei mesmo, porque para ser sincera a primeira pessoa que me julga - num grau altamente pesado - como fraca e com autocomiseração, sou eu mesma! E sinto vergonha de ser assim. Sinto vergonha de ser fraca e de me questionar o porquê as coisas pra mim tem que ser mais difícil, mais sem controle, mais sem perspectiva. Devaneio sobre isso e começo a sentir uma raiva incontida do mundo, da minha vida... Mas uma coisa eu sei, sentir pena de si mesmo é muito feio! Muito feio.
Então me obrigo - mesmo com dor, medo e inseguranças - a entrar na minha floresta escura e cheia de mistérios. E a atravesso, todos os dias.
Atravesso sem saber o que poderei encontrar no meio do caminho, sem saber com que animal selvagem poderei me deparar e se conseguirei me defender dele mais uma vez. Sem saber se conseguirei chegar em algum ponto conhecido ou se me perderei em meios aos seus caminhos tortuosos e parecidos e totalmente diferentes a cada dia.
A questão é se você caro leitor - que talvez tenha um grau aceitável de normalidade, talvez tenha família, amigos e relacionamentos "estáveis" com as pessoas em geral, que talvez não tem a mínima ideia do que lutar pela sanidade - é capaz de sobreviver ou ao menos percorrer um trajeto completo durante um dia dentro da minha floresta?
O que você acha? Conseguiria lidar com o leão enfurecido? Conseguiria lidar com as cascavéis destilando litros de veneno? Conseguiria lidar com o urso faminto? Conseguiria lidar com as armadilhas altamente engenhosas e atraentes?
Sinceramente, você acha que sobreviveria?
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Discriminação
Discriminar significa basicamente fazer distinção. A discriminação sempre acontece quando há uma atitude adversa perante uma característica específica e diferente.
Ou seja, se você não se "enquadrar" em um perfil - seja de raça, gênero, regionalidade, nacionalidade, religião, situação social - que uma maioria de indivíduos num grupo, você é discriminado.
Na minha opinião todas as formas de discriminação são humilhantes e causam além de muita dor, vários prejuízos sérios aos envolvidos.
Eu sofro discriminação a minha vida inteira e posso afirmar que isso é algo que você não supera, é algo que com muito esforço você "aprende" a suportar. Aprende entre aspas mesmo, porque terá dias e épocas que os sentimentos tragos pela discriminação - vergonha, medo, humilhação, solidão, exclusão, entre outros - são bem mais fortes e intensos do que sua força de vontade (e põe força nisso) de mostrar ao menos externamente que você está bem.
Voltei a me maquiar como uma tentativa de me sentir um pouco melhor com minha aparência que me aterroriza e como um incentivo a mais para refrear minhas lágrimas, nessa época aonde - ao meus olhos - a discriminação está vindo intensamente de todas as direções.
Eu sou discriminada por ser diferente da maioria, por a serotonina e a dopamina não conseguirem fazer muito pelo meu cérebro. Pela endorfina me poupar das dores físicas causadas por elementos externos, porque meu corpo já sofre demais com os malefícios da minha mente e da minha personalidade.
O pior da discriminação, é que você não tem um lugar seguro para se proteger. A maior parte do tempo, você está no ambiente da discriminação e quando não, você está sozinho, sofrendo e desejando ardentemente ser qualquer pessoa que não seja você.
Ou seja, se você não se "enquadrar" em um perfil - seja de raça, gênero, regionalidade, nacionalidade, religião, situação social - que uma maioria de indivíduos num grupo, você é discriminado.
Na minha opinião todas as formas de discriminação são humilhantes e causam além de muita dor, vários prejuízos sérios aos envolvidos.
Eu sofro discriminação a minha vida inteira e posso afirmar que isso é algo que você não supera, é algo que com muito esforço você "aprende" a suportar. Aprende entre aspas mesmo, porque terá dias e épocas que os sentimentos tragos pela discriminação - vergonha, medo, humilhação, solidão, exclusão, entre outros - são bem mais fortes e intensos do que sua força de vontade (e põe força nisso) de mostrar ao menos externamente que você está bem.
Voltei a me maquiar como uma tentativa de me sentir um pouco melhor com minha aparência que me aterroriza e como um incentivo a mais para refrear minhas lágrimas, nessa época aonde - ao meus olhos - a discriminação está vindo intensamente de todas as direções.
Eu sou discriminada por ser diferente da maioria, por a serotonina e a dopamina não conseguirem fazer muito pelo meu cérebro. Pela endorfina me poupar das dores físicas causadas por elementos externos, porque meu corpo já sofre demais com os malefícios da minha mente e da minha personalidade.
O pior da discriminação, é que você não tem um lugar seguro para se proteger. A maior parte do tempo, você está no ambiente da discriminação e quando não, você está sozinho, sofrendo e desejando ardentemente ser qualquer pessoa que não seja você.
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