quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Brainstorm


Abismo 


Às vezes, me sinto à beira de um precipício, olhando para o nada, sem lugar nenhum para ir, a não ser para baixo.

Dizem que a melhor queda, é cair em si. Será? Na minha opinião essa é a queda mais dolorida, fria e dura que pode haver.

Há um outro dizer que prega: "Não há nada como uma crise para definir quem você é". Desculpa, mas quem é que escreve essas "verdades"?

Quedas em si e crises nos mostram o quão estamos realmente sozinhos. O quão insignificante é sua vida e quão algumas pessoas - as quais por sinal, você está disposto a se fazer em pedaços por -  simplesmente não se importam.

[...] O Suicídio começa por dentro

O que você não consegue resolver dentro da sua mente, seu corpo transforma em enfermidade.

As dores são muito reais! A dor no peito e a falta de ar, as mãos trêmulas, são algumas formas de seu corpo traduzir sua mente tão perturbada e agitada.

As vezes chega ao ponto que desejamos ter alguma doença fatalmente terminal pra enxergarmos com mais clareza o fim de todo esse sofrimento.

Não, não é drama e sim instinto de sobrevivência. Necessidade de dormir para descansar a alma dos sentimentos.

O choro incontido, a agressividade, a comilança descontrolada é somente uma tentativa desesperada de equilibrar a questão. É a resposta "SE" para a o intimato que sua mente te dá: "VIDA ou MORTE".

Porque nem eu sei lidar comigo mesma.

Certo, eu estou destruída, mas não, eu não vou me matar. Podem voltar com sua política de não se importar.

Mas uma verdade é inegável.  Viver é desvantagem demais, e morrer só comprova isso.

Cabeça e Coração a 1000

Bilhões de pensamentos, sensações e sentimentos invadem sem a menor consideração  minha mente e histórias vão e vem sem que eu consiga distinguir o que é real, ou o que foi apenas um sonho, ou um pensamento, ou uma dúvida ou até mesmo uma nóia.

O que meus olhos não veem, a minha mente imagina de um jeito 3 vezes pior.

No meio de tudo isso chego a conclusões tão tristes e decepcionantes. Eu entendo - veja bem, entendo, não significa que aceito - que não é possível forçar um coração a passar aonde ele não tem vontade de entrar.

Não importa o que eu faça para provar minha amizade e mostrar que sou disposta a sacrificar tudo em mim por tal sentimento, se os amigos, não querem, eles não querem.

Se sou colocada de lado por namorados, pessoas com outros interesses em comum ou até mesmo pelo nada, não há o que eu possa fazer pra mudar isso! Porque todas as vezes que especificamente eu não for requerida, alguém estará lá ocupando meu posto de "Amiga pra todas as horas" e eu... Eu? Quem sou eu?

 Atrás da Máscara

O mundo é muito real, as pessoas que são falsas.

Acho que isso é meio consequência da nossa sociedade.

Uma sociedade aonde as pessoas não se falam, ao contrário, se calam, se pisam, se traem e se matam.

Dentro dessa sociedade, feliz é aquele que é feito de aparências. As pessoas que anseiam pela verdade e se mostram como realmente são, são odiados pela política da boa vizinhança e dos bons costumes.


Monstros

Podemos trocar de casa, emprego, amigos, Cidade ou até mesmo País, enquanto não domesticarmos os nossos monstros atrairemos sempre os mesmos tipos de problemas e pensamentos doentios.

Os monstros dentro da nossa cabeça nos fazem ser mortos-vivos.

Eu já morri por dentro. Sou como um fantasma com o coração batendo.

Nem todas as verdades são para todos os ouvidos, e os monstros tendem a ser muito sinceros.

[...] ela respirou fundo e então sussurrou "eu não aguento mais"

E no meio de tudo isso eu chego a conclusão que há maneiras diferentes de morrer...

Meu corpo respira, meu coração continua batendo...

Mas eu não estou viva.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Flagelo

Palavras como Disciplina, Castigo, Tormento, Tortura e Açoite, são usadas muitas vezes para descrever o Flagelo,  na verdade eles descrevem o termo "Autoflagelo" - Que no caso se refere a pessoas que causam flagelo (dor) a si mesmas.

Eu, particularmente, não concordo que essas palavras sejam sinônimos de "Flagelo" ou de "Autoflagelo", na verdade elas - e os sentimentos tragos por elas - são antecessores do Autoflagelo.

Se elas não existissem dentro da mente cansada e machucada - causando uma guerra sem fim interna - o Autoflagelo não se faria necessário.

O termo "autoflagelação" é bem conhecido entre algumas denominações religiosas, em especial pelos religiosos católicos que - na Idade Média - praticavam o autoflagelo como um ato de "purificação" após o cometimento de um ou vários pecados.

Ou seja, assim como aqueles religiosos do passado, os que se autoflagelam hoje são motivados pelo sentimento de culpa tão insuportável que os leva a acreditar na necessidade de "punição" como forma de aliviar a dor - que geralmente é causada - pela depressão, transtornos  de personalidade e outros distúrbios mentais e psicológicos.

O mais doentio, é que essa culpa - esse remorso sentido por nossas mentes perturbadas - são totalmente indevidos. Não temos culpa por não sentir a "normalidade" presente em nossos amigos, colegas, familiares. Não temos culpa por sentir, ver e discernir num grau e intensidade 97% mais apurado do que os demais.

Não temos culpa de nossa vida ser um inverno frio e longo e sermos obrigados a ter devaneios e visões de nós mesmos tendo uma vida "normal" - rindo, lutando, chorando, dançando, nos apaixonando, caindo e superando e tendo a capacidade de rir das desgraças da vida - para termos algo para nos aquecer a noite.

Não temos culpa de sermos intensos e sinceros em nossas amizades, em nossos relacionamentos e não temos culpa se as pessoas não valorizam isso e nos põe de lado vez após vez, porque, simplesmente elas não tem ideia do que é procurar segurança em outras pessoas. Não temos culpa se nascemos pra não pertencer a nada e nem a ninguém, mas desejamos isso.

Não temos culpa por sermos incomuns. Não temos culpa por não ter uma personalidade fixa. Não temos culpa por não possuir a tão preciosa bússola para nos permitir determinar os pontos cardeais - norte, sul, leste e oeste - e assim termos a capacidade de navegação precisa.

Não temos culpa de desejar ser livre.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Em Busca de um Significado

É somente mais uma tão aguardada Sexta-feira, e nada de novo e nada de velho aconteceu... Aliás nunca acontece. O que ocorre com certa frequência, é a tão intensamente previsível, solidão e tristeza que me leva ao desespero.

Minha cabeça vai a 1000 em várias direções, situações, emoções e devaneios, mas no fim, ela somente consegue me confrontar no quão vazio e fútil é o significado da palavra "Desespero".

Os dicionários formais e online usam palavras e expressões como "Desânimo", "Sensação Ruim", "Sentimento de Angústia", "Descontrole", "Aflição", Sensação de Perda", "Sem Esperança", entre outros.

Todos esses sentimentos são ruins e intensos, porém NÃO, eles não conseguem nem ao menos passar a "noção" do que significa o desespero. Não quero parecer prepotente, mas tenho certeza que as pessoas tão cultas, refinadas e diplomadas que dão "sentido" e significado a palavras, nesse caso, não tinham a mínima noção do que estavam descrevendo.

Como esses sentimentos, o desespero, também é intenso, mas - mais que intenso - é um sentimento profundo e inquietante, e ao mesmo tempo silencioso e paralisante. Pra exemplificar, você consegue me dizer quantos gritos cabem em um silêncio? Se você conseguir, então você tem a definição da palavra Desespero.

Pensando bem, realmente é difícil definir um significado para palavra Desespero, chega ser ofensivo querer apenas definir o Desespero. O desespero exige muito de você, ele quer muito mais que um significado, ele quer que você o possua, o conforte, o compreenda.

A minha vontade nesse momento é confrontá-lo, dizer que sinto muito, mas que não posso mais continuar nesse relacionamento, exigir que ele me deixe ir... Ir por ai, ir pra longe... Sentir o vento, sentir a vida. Viver intensamente... Ser jovem e selvagem, e assim, dar uma trégua na minha mente que, constantemente, está em guerra.

Acho que mais que o significado da palavra, eu tento buscar - dentro de todo este devaneio - o significado da minha vida... Mas isso é mais difícil pra mim do que tentar taxar o Desespero em 1 ou duas palavras, ou definições.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Wolf(Wo)man

Eu sempre achei muito interessante a história do Lobisomem (Wolfman), e pra mim sempre teve um significado maior, do que um simples conto de um homem mordido por um lobo em lua cheia.

Mas eu nunca pensei muito sobre isso, até umas semanas atrás, quando assistir o remake feito em 2010 do clássico The Wolfman de 1941.

A visão profunda e clara que o filme traz sobre a vida problemática de Lawrence Talbot, e todos seus traumas e conflitos de infância que giram em torno da morte de sua mãe - que ele presenciou ensanguentada aos braços de um monstro, um lobo -  e seu relacionamento problemático com seu pai, Sir John Talbot, fizeram com que minhas suspeitas iniciais fossem confirmadas.

Na lenda original que tem raiz na mitologia grega, Licaão, o rei de Arcádia, serviu a carne de um Árcade (Um membro de Arcádia),  a Zeus. Zeus descobriu, e como forma de castigo, transformou Licaão em Lobo. Porém, a transformação não era somente uma questão física - homem se transforma simplesmente em um animal - o Lobo no caso.

Era uma metamorfose completa, pois mesmo na forma humana, Licaão passaria a ter comportamentos estranhos, como mudança de comportamento misteriosa, ser mais atento as outras pessoas, sempre desconfiar de tudo e ter muito medo de ser descoberto, pela humanidade, como uma aberração. Porém, era muito protetor em sua forma humana.

Isso soa muito familiar pra pessoas com problemas como Personalidade Borderline, Distúrbio Bipolar, TDAH's e tantos outros que sofrem nas mãos destas malditas doenças psíquicas. Esse é nosso "castigo" que foi-nos imposto por nossa condição imperfeita. Essa é nossa maldição e temos que viver com ela até o fim de nossos dias, pois não há cura.

Assim como o Lobo, somos temidos e vistos aos olhos alheios e medrosos como monstros, que devem ser exterminados ou ao menos trancafiados em algo ou em algum lugar aonde eles - como seres humanos sem maldição - possam estar protegidos.

Nosso Wolf, nosso Lobo, se manifesta todos os dias através de nossos conflitos internos e externos e nossa luta para atravessar os dias e não podemos controlá-lo, o máximo que conseguimos - e devemos - é respeitá-lo, aprender a viver com ele e fazer planos e estratégias de contenção para não causarmos tantas mortes e destruição em noites de lua cheia.

Será que conseguiremos chegar até o fim sem o alívio da bala de prata no coração? Espero que sim.