segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Flagelo

Palavras como Disciplina, Castigo, Tormento, Tortura e Açoite, são usadas muitas vezes para descrever o Flagelo,  na verdade eles descrevem o termo "Autoflagelo" - Que no caso se refere a pessoas que causam flagelo (dor) a si mesmas.

Eu, particularmente, não concordo que essas palavras sejam sinônimos de "Flagelo" ou de "Autoflagelo", na verdade elas - e os sentimentos tragos por elas - são antecessores do Autoflagelo.

Se elas não existissem dentro da mente cansada e machucada - causando uma guerra sem fim interna - o Autoflagelo não se faria necessário.

O termo "autoflagelação" é bem conhecido entre algumas denominações religiosas, em especial pelos religiosos católicos que - na Idade Média - praticavam o autoflagelo como um ato de "purificação" após o cometimento de um ou vários pecados.

Ou seja, assim como aqueles religiosos do passado, os que se autoflagelam hoje são motivados pelo sentimento de culpa tão insuportável que os leva a acreditar na necessidade de "punição" como forma de aliviar a dor - que geralmente é causada - pela depressão, transtornos  de personalidade e outros distúrbios mentais e psicológicos.

O mais doentio, é que essa culpa - esse remorso sentido por nossas mentes perturbadas - são totalmente indevidos. Não temos culpa por não sentir a "normalidade" presente em nossos amigos, colegas, familiares. Não temos culpa por sentir, ver e discernir num grau e intensidade 97% mais apurado do que os demais.

Não temos culpa de nossa vida ser um inverno frio e longo e sermos obrigados a ter devaneios e visões de nós mesmos tendo uma vida "normal" - rindo, lutando, chorando, dançando, nos apaixonando, caindo e superando e tendo a capacidade de rir das desgraças da vida - para termos algo para nos aquecer a noite.

Não temos culpa de sermos intensos e sinceros em nossas amizades, em nossos relacionamentos e não temos culpa se as pessoas não valorizam isso e nos põe de lado vez após vez, porque, simplesmente elas não tem ideia do que é procurar segurança em outras pessoas. Não temos culpa se nascemos pra não pertencer a nada e nem a ninguém, mas desejamos isso.

Não temos culpa por sermos incomuns. Não temos culpa por não ter uma personalidade fixa. Não temos culpa por não possuir a tão preciosa bússola para nos permitir determinar os pontos cardeais - norte, sul, leste e oeste - e assim termos a capacidade de navegação precisa.

Não temos culpa de desejar ser livre.

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